2008/05/08

Design inteligente de cu é rola

Desde que ouvi falar deste conceito o considero pseudociência, algo que considere como explicação mais provável para uma teoria a existência de uma força superior que fez com que o evento ocorresse não poderia ser levado a sério. Ao conhecer pessoas que respeito a opinião considerar essa teoria válida resolvi conhecer um pouco mais o assunto para que possa ter uma opinião melhor a respeito. Não fui tão a fundo quanto poderia, lendo apenas alguns artigos na wikipedia, mas logo me deparei com um dos conceitos fundamentais desta teoria: a complexidade irredutível.
Complexidade irredutível é basicamente a existência de mecanismos complexos formados por partes relativamente simples que precisariam ter aquela configuração para que o mecanismo funcione corretamente. Um exemplo seria uma ratoeira, onde se qualquer parte é retirada de seu conjunto e colocada de outra maneira, o mecanismo deixa de funcionar; sendo assim seria praticamente impossível a formação de mecanismos complexos meramente ao acaso. Quem influenciou essa idéia, sem ter dado este nome, foi Michael J. Behe em um artigo publicado em Junho de 2004 na revista Protein Science chamado Simulating evolution by gene duplication of protein features that require multiple amino acid residues, onde através de uma simulação foi achado que seriam necessárias em torno de 1E10( um seguido de 10 zeros) gerações para que uma mutação genética funcional ocorra. No mesmo ano, Michel Lynch submeteu à própria Protein Science o artigo Simple evolutionary pathways to complex proteins, onde indica as falhas desta simulação; levando com que Behe recebesse o direito de defesa através da própria Protein Science em um artigo publicado em 2005 chamado A response to Michael Lynch, dizendo que sua intenção não era sugerir uma teoria onde forças superiores tivessem influenciado a evolução, mas sim que, como toda teoria, a teoria da evolução deveria ser ajustada.

(se você está com preguiça de ler tudo, leia a partir daqui)

Ao meu ver mutação é um isômero (compostos orgânicos que possuem o mesmo número de átomos dispostos em uma configuração diferente, como o álcool e o éter, ambos possuem a fórmula geral C2H6O, mas com os átomos dispostos de maneira diferente no espaço) de uma macromolécula de DNA. Para que uma molécula de DNA passe de sua forma original para sua forma mutada, sofrendo um rearranjo atômico, não é necessário nenhum passo anterior, as duas moléculas apenas estão em diferentes níveis energéticos. Desta maneira, existe uma probabilidade de uma molécula de DNA ao se replicar alterar seu estado de energia sofrendo uma mutação. Se somente este fator for considerado, não teríamos uma diversidade tão grande de organismos, já que configuração que possuam menor energia são mais estáveis e portanto possuem maior probabilidade de existência; é neste ponto que podemos considerar que a seleção atua como uma espécie de catalisador, onde certos estados são mais apropriados ao meio e portanto possuem uma maior probabilidade de se replicar e aumentar seu número. Se um evento tem uma probabilidade baixa de ocorrer, desde que esta probabilidade não seja nula, ele certamente ocorrerá se levarmos em consideração que somente em nosso corpo existem mais de 1E14 células (1 seguido de 14 zeros).

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